Cidades turísticas na Serra Gaúcha
As paisagens típicas de uma região montanhosa da mata atlântica já são um atrativo. Estradas sinuosa, cultura gaúcha + italiana + alemã, completada pela sua gastronomia e história associada a imigração transformam a Serra Gaúcha em uma região cheia de atrações.
Mas os empreendimentos turísticos criados para potencializar tudo isso, dão ainda mais poder a região nordeste no estado do Rio Grande do Sul. Já foi o principal destino turístico do Brasil e atualmente fica intercalando na segunda e terceira posição.
Com base neste reconhecimento a Biossplena desenvolveu uma metodologia para compreender espacialmente estes potenciais, considerando 3 microrregiões dentro da Serra Gaúcha: Região das Hortênsias. Campos de Cima da Serra e Região da Uva e Vinho.
Como olhar para as oportunidades
A Biologia reconhece que a complexidade de um sistema integrado é uma das características dos sistemas vivos, ou seja, considera que as partes componentes interagem de uma forma coordenada.
Ao identificarmos elementos das cidades turísticas é possível compreender conexões. A complexidade é medida pela quantidade e diversidade de elementos. Nas cidades é medida pelos diversos usos urbanos e sua quantidade pelo território. Desta lógica criamos o conceito de Complexidade Turística que tem por objetivo mapear novas centralidades urbanas com potencial para novos empreendimentos imobiliários associados ao turismo.
Parte-se da lógica de que nenhum negócio urbano existe só e sim se relaciona com os demais negócios e sistemas com os quais interage. As “linhas de fluxo” entre estes negócios urbanos podem ser mapeadas e percebidos os pontos nodais. São os locais onde trocas acontecem.
Com dados territoriais e indicadores urbanos é possível mapear estes aspectos e perceber espaços territoriais com maior ou menor fluxo. Estes entendimentos também são oriundos dos conceitos de Design Regenerativo, especialmente detalhados por Carol Sanford.
É mais fácil de perceber regiões da cidade em aquecimento para novos negócios imobiliários quando existem as chamadas âncoras. Locais turísticos consagrados. A Torre Eiffel por exemplo. Ela fornece uma grande experiência, tanto relacionada à sua construção e monumentalidade, quanto a vivência do desenho urbano ao permitir uma visão 360° da cidade de Paris. Vale ressaltar que a Torre Eiffel sozinha recebe mais turistas internacionais que o Brasil inteiro.
Como ampliar a atratividade turística?
Atividades como entretenimento, gastronomia, esportes, religião e vivências ambientais têm crescido exponencialmente. Algumas dessas dinâmicas eram mais limitadas a estas âncoras, mas nos últimos anos a simplicidade de viajar contribui para um aumento exponencial de empreendimentos imobiliários relacionados ao turismo. Isto traz consequências diretas a dinâmica urbana e espaços das cidades e regiões que recebem essas hordas de visitantes.
Turismo gira a economia e há um incentivo enorme para isso. A indústria do entretenimento em alguns casos não só faz parte do ciclo do turismo (vide Las Vegas ou Los Angeles), mas taticamente cria uma narrativa para novos espaços de atração. Hollywood incentiva a indústria automobilística, e que por sua vez, incentiva viagens por antes inóspitos lugares do país. Parques de diversão, antes também espaços temporários para entretenimento local, ganham novas proporções e marketing quando incorporam temas específicos ligados ao cinema e a televisão e tornam-se atrativos globais.
O fluxo intenso de pessoas visitando certas áreas, faz com que as cidades passem a se organizar de acordo com este movimento. Perceber partes do território que estão com uma certa complexidade de atividades é um excelente indicativo para investidores e novos empreendimentos imobiliários.
Quais insights são possíveis?
Avaliar o território a partir da complexidade permite insights importantes para responder as seguintes perguntas:
- Quanto a estrutura que existe pode ser potencializada através da compreensão das sinergias entre as atividades lucrativas?
- Seria interessante incentivar comercio em qual região? Onde já tem hospedagem e alimentação?
- As novas centralidades são sustentáveis e validam a estratégia de descentralização. Como fazer?
- Eventos podem acontecer em outras partes do Território que não apenas no entorno das âncoras?