A regeneração urbana é uma metodologia sistêmica que busca transformar áreas urbanas em espaços mais atrativos, funcionais e sustentáveis, que tenham capacidade de reverberar vitalidade para o entorno.
Essa é uma ótima estratégia para enfrentar os desafios das cidades modernas, como o crescimento desordenado e a degradação urbana. Continue acompanhando o artigo para saber como o mercado imobiliário pode usar a regeneração urbana a seu favor.
Urbanismo tradicional x regeneração urbana
O urbanismo tradicional frequentemente se concentra no desenvolvimento de novas áreas, muitas vezes negligenciando o potencial das áreas já existentes, como tratamos nesse artigo.
Em contraste, o urbanismo regenerativo valoriza a revitalização de espaços urbanos já existentes, aproveitando sua infraestrutura e conectando-se com a comunidade local. Por esse motivo, a abordagem regenerativa comumente resulta em um uso mais eficiente dos recursos, ao mesmo tempo que promove coesão social.
O foco no aproveitamento da infraestrutura já existente é uma das razões pelas quais a regeneração urbana é tão atraente para investidores e desenvolvedores. Muitas vezes a cidade possui espaços que são grandes símbolos históricos, e, por isso, já ocupam o imaginário popular. Porém, a possível desejabilidade desses locais é apagada por problemas de infraestrutura, segurança e degradação.
Nesse sentido, a recuperação desses espaços tem um papel fundamental na regeneração dos entornos, que podem voltar a ser áreas atrativas e objeto de desejo, como o caso do Parque Rachel de Queiroz em Fortaleza.
Essa ação gera benefícios para a comunidade, que recupera parte da sua história, mas também para os imóveis existentes e loteamentos futuros. Isso acontece porque, além da valorização da área, os empreendedores ainda contam com um “marketing pronto” trazido pelo reconhecimento do símbolo.
O sucesso regenerativo do High Line Park (Nova York)
Para ilustrar esse ponto, podemos citar exemplos de cidades que investiram em regeneração urbana e colheram os benefícios financeiros. Um caso notável é o High Line Park em Nova York, onde uma linha ferroviária elevada abandonada foi transformada em um parque linear.
Essa intervenção regenerou consideravelmente a área e transformou a região, antes decadente, em um dos metros quadrados mais valorizados da cidade.
Nesse caso, a população ganhou um novo espaço público de qualidade, ao mesmo tempo que os donos de imóveis viram uma alta valorização de seu patrimônio.
Regeneração como transformadora de espaços: O caso do centro industrial de Barcelona
Outro exemplo de regeneração é o bairro de Poblenou, em Barcelona. O Poblenou era um importante centro industrial que sofreu as consequências da desindustrialização. Muitos edifícios foram abandonados e a área enfrentou problemas de desemprego, degradação urbana e da infraestrutura.
A partir da década de 90, Barcelona adotou uma estratégia ambiciosa de regeneração urbana para receber os Jogos Olímpicos de Verão de 1992. Nesse movimento, o Poblenou converteu seus antigos edifícios industriais em espaços de escritórios, estúdios de arte, galerias, lojas e restaurantes, sempre preservando o caráter histórico.
A infraestrutura pública também foi aprimorada com a criação de novas vias, calçadas, ciclovias e espaços públicos. Todo esse movimento atraiu moradores, turistas e empresas, transformando a área em um centro de inovação e criatividade, cheio empresas de tecnologia, startups e artistas.
O resultado dessa regeneração foi uma grande valorização imobiliária gerada pela melhoria da qualidade de vida e consequente vitalidade urbana. Poblenou é um ótimo exemplo de como a regeneração pode atrair não só o interesse de novos moradores, mas também de novos negócios e investimentos.
É comum que as empresas busquem locais onde possam atrair talentos e oferecer um ambiente de trabalho agradável. Ao mesmo tempo, também é comum que os trabalhadores busquem por habitações perto de seus empregos.
Nesse sentido, pode-se dizer que uma revitalização urbana bem feita — com recuperação de símbolos, melhoria na infraestrutura pública, criação de espaços verdes e incentivo aos modais ativos — gera um ciclo regenerativo que, a partir de um ponto, melhora a região organicamente.
O que é um ciclo regenerativo?
A exemplo de Poblenou, pode-se dizer que a regeneração urbana deve ser projetada para ser sustentável a longo prazo e que, com o tempo, o lugar atinja uma autonomia.
É esperado que a área se consolide como uma centralidade, com a capacidade de atender as demandas de seus moradores localmente. Essa diversificação do uso do solo cria uma dinâmica econômica saudável, onde os moradores têm acesso a uma variedade de serviços e os negócios locais prosperam. Isso, por sua vez, gera empregos e aumenta a renda disponível na comunidade.
Para além da dinamicidade econômica, a regeneração urbana também tem benefícios ambientais significativos. Ao se concentrar na revitalização de áreas urbanas já existentes, a regeneração reduz a necessidade por terra, dando espaço para a conservação das áreas naturais.
Isso ajuda a preservar ecossistemas, biomas e reduzir a pegada de carbono associada ao desenvolvimento urbano. Ao revitalizar edifícios antigos em vez de construir novos, a regeneração também reduz o desperdício de recursos e as emissões associadas à construção.
A promoção da mobilidade sustentável, com incentivo à caminhabilidade, a ciclabilidade e o uso de transporte coletivo, contribuem para o alcance de metas climáticas. Já a criação de áreas verdes dentro das cidades, melhora a qualidade do ar, oferece espaços de descompressão para os moradores e resguarda a biodiversidade.
Essas características estão diretamente relacionadas ao aumento no preço dos imóveis, já que expandem a qualidade da experiência de morar para além da casa. Ademais, a criação de uma vizinhança agradável melhora a reputação dos loteamentos e ajuda a criar um conceito de branding de sucesso.
Como consequência, as taxas de ocupação tendem a aumentar, e os imóveis nessa área se valorizam ainda mais. Logo, loteamentos que aplicam o conceito da regeneração urbana inegavelmente trazem qualidade de vida para seus moradores e fomentam a formação de uma comunidade.
Para além do imóvel em si, a experiência de poder atender as demandas a uma distância caminhável, morar em um local bonito e agradável, conviver com vizinhos e frequentar áreas verdes qualificadas possuem um valor agregado intrínseco. Afinal, todos esses atributos resultam também na melhoria da saúde mental e emocional das pessoas, aumentando sua percepção de satisfação.
A Biossplena acredita na regeneração urbana porque ela é uma estratégia que gera uma gama de resultados positivos para toda a teia envolvida no projeto.
A regeneração valoriza imóveis, atrai investimentos, fortalece a economia local, reduz impactos ambientais, melhora a qualidade de vida dos moradores e cria comunidades mais saudáveis e coesas. Considerando todos esses benefícios, promovemos o conceito da regeneração por acreditarmos que esta é uma importante ferramenta na construção de um futuro promissor e resiliente.
Ficou curioso para ver a regeneração urbana na prática? Então clique aqui para conhecer os projetos onde a Biossplena aplicou esse conceito.